terça-feira, 3 de junho de 2008

Jornalismo Campista em tempos de crise.

Neste dia 27 de Maio foi realizada no auditório da Faculdade de Odontologia de Campos (FOC) a palestra – Jornalismo Campista em Tempos de Crise -, evento promovido pela Associação de Imprensa Campista em parceria com a Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC) em comemoração aos 200 anos de imprensa no Brasil.
Participaram deste evento as seguintes personalidades: Avelino Ferreira – Jornalista e Filósofo -; Vitor Menezes – Jornalista e Professor (FAFIC) -; Jaqueline Deolino – Jornalista, Mestra em Comunicação e Professora (FAFIC) e Fernando Silveira – Jornalista, Advogado e Professor (FAFIC), tendo como moderador o Professor e Coordenador do Curso de Comunicação da mesma instituição Orávio de Campos.
A abertura do debate foi feita pelo Professor Orávio de Campos, concedendo as palavras iniciais ao Jornalista Avelino Ferreira, que iniciou sua fala abordando as diferenças culturais, teológicas e comportamentais existentes em nossa sociedade e que são vistas por nós como grande estranhamento. Segundo Avelino, como fomos criados com base em uma determinada cultura, crença ou comportamento, consideramos estas como únicas e verdadeira discriminado as demais pessoas que vivem em realidades diferentes da nossa. Com isso podemos analisar que a Liberdade de Expressão é sempre discutida e distorcida. De acordo com o mesmo debatedor exprimimos o que aprendemos nos nossos lares e convívio social, o que nos foi passado como verdade e consideramos esta expressão de “conhecimentos” perfeita, restringindo as demais expressões relacionadas as culturas diferentes. Com isso ele nos faz pensar se realmente existe uma liberdade de expressão. Ou se o que ocorre é uma permissão de expressões consideradas corretas pela sociedade.
O termo conhecimento aparece entre aspas devido o mesmo rebatedor ressaltar que o que nós afirmamos ser conhecimento na verdade não passa de meras informações a nós transmitida superficialmente, principalmente porque a busca do conhecimento profundo requer dedicação, leitura e re-leitura, algo muito difícil de se ver nos dias de hoje, As informações são transmitidas a fim de somente suprir um pequeno interesse das pessoas em determinados assuntos, apenas para não estar totalmente a par da situação.
Completando o raciocínio do jornalista Avelino Ferreira, a professora e Mestre em comunicação Jaqueline Deolino inicia suas considerações abordando também a nossa liberdade, se ela realmente existe. “Ora se não podemos escolher nossa cultura, nosso idioma, será que seremos livres para escrever como jornalistas o que queremos verdadeiramente?” disse Jaqueline. Segundo evidencia do mercado de trabalho jornalístico, não. os jornalista de um determinado jornal tende a se frustrar principalmente ao chegar na redação do jornal e ver que a linha editorial do dia não nem um pouco parecida com aquela que estava pensando no caminho de sua casa até o jornal.
Em nossa cidade deparamos com uma situação bem clara nos nossos jornais impresso. Eles estão direta ou indiretamente ligados ao painel político da cidade. Com isso se questiona principalmente que tipo de conhecimento é transmitido para a população, por esta imprensa que é tão influenciada e patrocinada por interesses políticos que não querem a divulgação de toda “verdade”?
Jaqueline com base neste questionamento propõe: será que não deveríamos ser profissionais autônomos, ou seja, estar à parte dessas questões políticas ou outros interesses e escrevermos o que achamos coerentes; ou sermos de uma vez engajados pela causa e defendermos ela a todo custo?
Seguindo a proposta estabelecida ao professo Vitor Menezes coube iniciar o debate tendo como base a ética jornalista. Ressaltou já de início a coragem do tema e o local escolhido para debate (ambiente acadêmico), visto que, a tradição da nossa região é de afastar os possíveis debates entre a imprensa e a instituição principalmente pela proximidade existente anteriormente entre ambas. Vitor nos fez lembrar que poucos são os espaços existentes na própria imprensa para falar, discutir ou até mesmo criticar a própria imprensa. O que mais temos são programas para sua supervalorização. Será que não há problemas para serem abordados e discutidos? Será que na imprensa não tem escândalos que seria muito interessante de serem divulgados? O chegamos a triste conclusão é que: a imprensa não gosta de falar de si mesma.
Um dos pontos altos do debate foi o questionamento levantado pelo professor Vitor sobre a necessidade do jornal em trabalhar também com responsabilidade social sobre aquilo que é divulgado, visto que se trabalha com bens simbólicos culturais, históricos, que pertece a toda sociedade e principalmente é de interesse público.
Devemos com esta responsabilidade procurar construir um referencial jornalístico, proporcionando principalmente legitimidade aos assuntos abordados, levando em consideração os ensinamentos propostos utilizando como base primordial o Código de ética do Jornalismo, que pelo que observamos tem sido esquecido por muitos colegas.
Pós esta roda de debate foi aberto o microfone para perguntas dos presentes, dentre elas a seguinte: Qual o melhor jornalismo de hoje? Segundo o professor Orávio de Campos: nenhum, o melhor jornalismo será aquele que ainda iremos construir.




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