quarta-feira, 14 de maio de 2008

Negros ainda têm pouco acesso a bens e educação, aponta pesquisa do Ipea


BRASÍLIA - No ano em que se comemora 120 anos do fim da escravatura, a população negra se iguala em número aos brancos no Brasil, mas ainda com menos acesso a bens, serviços e direitos fundamentais, como educação, em relação à população branca. É o que mostra pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgada nesta terça-feira.
De acordo com as projeções do estudo “Desigualdade racial no Brasil”, os programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, reduzem a diferença no rendimento entre brancos e não-brancos no País, no entanto, os negros brasileiros ainda recebem o equivalente a 53% do rendimento dos brancos.
Na avaliação do diretor de cooperação e desenvolvimento do instituto Mário Theodoro, os negros recebem salários inferiores por diversos motivos, como pior qualificação profissional e reduzido nível educacional, mas também por conta de preconceito racial.

Ele ressaltou também que se forem mantidas a velocidade e a intensidade na implantação de políticas de inclusão social, os negros brasileiros só alcançarão igualdade com os brancos dentro de 32 anos.
O estudo do Ipea também revelou que este ano a população de negros no Brasil se iguala a de brancos. Em 1976, eram 40% de negros e 57% de brancos; em 2010 a projeção é de que a taxa de negros e pardos ultrapasse a de brancos.
Segundo o diretor do Ipea Mário Theodoro, historicamente as populações negras têm menos acesso a bens, serviços e direitos e, portanto, precisam de políticas públicas específicas. "A população negra sempre foi a mais pobre, isso tem um impacto. Mas a questão social também está muito ligada ao fator racial", disse. E citou o fato de o Ministério Público baiano ter tido de intervir na contratação de trabalhadores em bares de Salvador que apenas contratariam brancos.
“Além da maior taxa de fecundidade entre negros, é possível creditar esse aumento ao maior auto-reconhecimento (entre as pessoas negras e pardas)”, diz Mário Theodoro.
Ele declarou que as políticas universais são fundamentais para reduzirem o fosso entre brancos e negros, e citou o programa de cotas em universidades como um exemplo positivo.

(ultimosegundo.com.br)

1 comentários:

Comunicação 2008 disse...

é... o problema não está na cor, está na educação e nas oportunidades. quem pode subir na vida sem educação? existe cota para deficientes, existe cota para alunos de escolas públicas (que têm uma deficiência na educação), e agora para negros. isso so mostra um preconceito com essas pessoas.

 
©2007 '' Por Elke di Barros